SÉRIE PURGATÓRIO: “AS CAUSAS E A MATÉRIA DO SOFRIMENTO”

abril 4, 2011 às 1:47 pm | Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário

Por que as almas devem sofrer antes de serem admitidas a ver a face de Deus? Qual é a matéria, qual o objeto dessas expirações? O que tem o fogo do purgatório que purificar que consumir? De acordo com os doutores da santa igreja, são as manchas deixadas pelo pecado.

O que é entendido por manchas? Para a maioria dos teólogos, não é a culpa do pecado, mas dor ou débito de dor merecido pelo pecado.

Para entendermos bem isso, devemos nos lembrar que o pecado produz um duplo efeito na alma: o que chamamos débito de culpa e débito de sofrimento. Ela torna a alma não somente culpada, mas merecedora da dor ou castigo. Ora, depois que a culpa é perdoada na confissão, geralmente a dor permanece para ser sofrida, inteiramente ou em parte, e isso tem que ser sofrido na presente vida ou na vida futura.

As almas do purgatório não retêm a mais leve mancha de culpa. As culpas veniais, que tinham no momento de sua morte, desaparecem na ordem de pura caridade com a qual foram inflamadas na outra vida. Mais carregam ainda o débito do sofrimento, que não resgataram antes da morte.

Esse débito vem de todas as faltas cometidas durante a vida, especialmente de pecados mortais não expiados quanto à culpa, porque negligenciaram de expiá-los com frutos meritório ou penitência exterior.

Tal é o ensinamento comum dos teólogos, que Suarez resume em seu “tratado sobre o Sacramento da Penitência”. Diz ele: “Assim concluímos que todos os pecados vênias com os quais um homem justo morre são apagados quanto à culpa no momento em que a alma é separada do corpo por virtude de ato do amor de Deus e perfeita contrição que ele exercita sobe todas as faltas passadas. De fato, no momento da morte, a alma conhece perfeitamente sua situação e os pecados dos quais tornou-se culpada diante de Deus.Ao mesmo tempo, é mestra de suas faculdades para agir.

“De outro lado, lhe são dados os auxílios mais eficazes da parte de Deus, de modo que ela possa agir de acordo com a medida da graça santificante que possui. Segue-se então que, nessa perfeita disposição, a alma age sem a mínima hesitação. Volta-se diretamente para Deus e acham-se livres de todos os pecados veniais, por um ato de soberana aversão ao pecado. Esse ato universal e eficaz é suficiente para a remissão de suas culpas.

“Todo mancha de culpa desapareceu, então; mais sua dor permanece para ser sofrida, em todo seu rigor de longa duração, pelo menos para as almas que não são assistidas pelos vivos. Elas não podem obter o menor alívio por si próprio, porque o tempo do mérito passou. Já não pode merecer mais, não podem senão sofrer, e desse modo pagar à terrível justiça de Deus tudo o que devem, até o último ceitil.

Esses débitos de sofrimento são os remanescentes do pecado e uma espécie de mancha, que intercepta a visão de Deus e coloca um obstáculo na união da alma com os eu fim último

Uma vez que as almas do purgatório fiquem livres da culpa do pecado – escreve Santa Catarina de Gênova – não há outra barreira entre elas e sua união com Deus, salvo os remanescentes do pecado, dos quais tem que ser purificadas. Esse obstáculo que elas sentem dentro de si, as faz sofrer os tormentos dos condenados e retardam o momento em que o instinto com que são arrastadas para Deus, como sua soberana beatitude, atingirá sua inteira perfeição. Elas vem claramente quão sérios são, diante de Deus mesmo os mais ligeiros obstáculos levantados pelos os remanescentes do pecado, e que é por necessidade da justiça que ele retarda a inteira  gratificação do seu desejo de bem  aventurança sem fim.

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